terça-feira, 3 de março de 2009

A crise irlandesa

Parece impossível nos dias de hoje estar num sítio sem ouvirmos repetidas vezes a palavra crise. A Irlanda, como é óbvio, não representa uma excepção neste ambiente de caos e medo global. Como tal, tão certo como não há conversa nenhuma que se inicie sem se abordar os enormes benefícios e vantagens de beber diariamente uma Guiness, não há paleio que não termine em lamúrias sobre a economia global.

Não posso dizer que não estava à espera de um tal cenário quando saía de terras lusas. A verdade é que, poucos dias antes de partir de Portugal, os telejornais noticiavam que a Irlanda era um dos países onde se sentia a eminência de uma falência do Estado.

Numa rápida volta pelo cento de Cork vejo: as lojas cheias, os cafés e lojas de comida a laborar a todo o vapor, os pubs com considerável afluência diária de clientes para os seus pints de 5 euros, os mercados e supermercados a fervilhar. Não digo que a situação não é séria. O desemprego cresce, principalmente nas camadas mais jovens, as pessoas começam a sentir as primeiras dificuldades no pagamento das prestações das casas, os preços, dizem-me, subiram em flecha, as empresas passam dificuldades; no geral a economia irlandesa ressente-se da sua grande dependência face aos EUA.

No entanto, não posso deixar de comentar que o que vejo aqui é uma realidade de todos os dias do Portugal dos útimos 4/5 anos.... Das duas uma: ou nós temos um Estado com uma capacidade de resistência inominável a tempos díficeis ou então sou eu que não percebo, com a devida propriedade, as análises económicas da imprensa portuguesa.

Inclino-me mais para a segunda, pois como toda a gente sabe eu é mais croissants...

Feicfidh mé thú

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